Quando você vai para algum destino no litoral, já parou para pesquisar qual vai ser a variação de maré? Pois saiba que consultar a tábua de marés do local para onde você vai é extremamente importante tanto para a sua viagem para o Nordeste quanto para o litoral francês. Ficou curioso? Veja como utilizar as fases da lua a seu favor!
Lua cheia e lua nova: maior variação da maré
Acredite: há quem se decepcione com a Praia do Espelho, com Porto de Galinhas ou até mesmo com Fernando de Noronha. A viagem dos sonhos, idealizada pelas fotos belíssimas das redes sociais ou de fotógrafos profissionais, às vezes acaba sendo realizada quando a praia de marzão agitado e turvo não proporciona a menor condição de mergulho ou de uma selfie cheia de cores.
Claro que uma viagem perfeita depende do clima do lugar e da época em que você vai, mas basta buscar no Google qual a melhor temporada e estar atento para não escolher a época de chuvas. O pulo do gato está exatamente onde poucos pesquisam: na tábua de marés.
Essa é a recomendação mais básica para destinos que ficam próximos à linha do Equador e para locais com corais e piscinas naturais. Não deixe de consultar as tabelas antes de ir para as praias do Nordeste, por exemplo, pois é essencial que as piscinas naturais estejam evidentes e com águas límpidas para que o cenário se torne espetacular.
A maré está diretamente relacionada com as fases da lua, especialmente com a lua cheia e a lua nova, períodos em que a força exercida sobre o mar é muito grande.
Na Europa, há alguns lugares onde você também deve ficar atento, como é o caso da região da Normandia e da Bretanha, na França. No Sudeste Asiático, a mesma coisa: alguns destinos chegam a ficar sem água nas praias em função da força das marés.
Lua crescente e lua minguante: maré “morta”
Nas outras luas, a maré é chamada por alguns de maré “morta”, pois a diferença entre as marés é pequena e o mar fica normal, sem piscinas naturais.
Como saber as variações de maré
Para destinos nacionais, a melhor opção é entrar no site da Marinha do Brasil. Aqui, basta buscar no mapa a estação mais próxima da praia que você vai visitar. Ao clicar no marcador do mapa, aparecerá um link para que você faça o download do PDF anual de variações de maré para aquela estação.
Entender as marcações é bem fácil: você verá um número de quatro dígitos, que representa a hora em que a maré vai atingir sua máxima ou mínima (0304 representa 3h 04 minutos), e um número com vírgula, que representa a própria variação de maré.
Quanto mais próxima do 0.0 está a variação, mais baixa a maré será naquele horário. Geralmente há 4 variações por dia, duas altas e duas baixas. E a cada dia que passa, as marés máximas e mínimas ocorrem 30min/1h mais tarde. Como você pode ver na tabela, a lua cheia do mês de novembro já influencia a maré alguns dias antes.
Para aproveitar o benefício da maré baixa para ver piscinas naturais, programe-se para ir à praia cerca de 1h antes da maré mínima e ficar até 1h depois, assim você consegue curtir bastante! Fique atento, pois assim que o relógio marcar a mínima, o mar logo começa a voltar ao normal e as piscinas começam a turvar.
Alguns destinos que dependem da variação da maré
Praias do Nordeste
Não necessariamente todas as praias são verdadeiros oásis quando estão na maré baixa, mas grande parte delas fica ainda mais bonita. Para você ter ideia de quais piscinas naturais se modificam com o fenômeno, tanto na praia como em alto mar, vamos citar algumas mais famosas: Maracajaú (RN), Recife (PE), Porto de Galinhas (PE), Praia do Atalaia (Fernando de Noronha, PE), Taipu de Fora (BA), Praia do Espelho (BA), Praias de Morro de São Paulo (BA), Maragogi (AL).
Ufa! E há muito mais, basta você pesquisar sobre o local para onde você vai e conferir se a maré influencia na beleza do lugar ou nos mergulhos de snorkel.
Mont St-Michel, França
Uma das atrações mais visitadas na França, Mont St-Michel fica no noroeste do país, entre a Normandia e a Bretanha, duas regiões cujo litoral têm grande variação de maré, não só pela força exercida pelos astros, mas também pela geografia da região.
Com a maré alta, as águas podem subir até 15 metros, deixando a abadia ilhada – raríssimas vezes a ponte que liga a ilha à terra fica submersa e não é possível sair do monte, mas acontece.
Quando a maré recua, você consegue ouvir o barulho do mar bem longe, pois a vazante propicia até 15 quilômetros de recuo do mar.
É possível fazer passeios pelas áreas secas, porém é necessário o acompanhamento de guia em função do terreno ser instável (com areia movediça, por exemplo) e para que dê tempo de voltar antes que a maré suba novamente.
No site oficial do Monte Saint-Michel é possível encontrar um calendário com as datas e horários exatos das marés.
Saint Malo, França
Da mesma forma, St. Malo, a 56 km de Mt St-Michel, têm grandes variações de maré. Esta cidade da Bretanha é puro charme e conta com uma cidadela medieval cercada por uma imponente fortaleza, chamada Saint Malo intramuros.
Da fortaleza é possível assistir o espetáculo do mar subindo ou descendo, conforme a dança da maré. Há até mesmo uma piscina feita pelo homem que imita uma piscina natural e retém água do mar quando a maré baixa – não que a temperatura do mar seja muito agradável por lá, mas no verão dá para arriscar uns mergulhos.
Maior variação de maré do Brasil: Maranhão
Você sabia que o Maranhão tem a maior variação de marés do Brasil e a terceira maior do mundo? O mar chega a recuar 8 metros. As praias maranhenses estão sempre com uma cara diferente e algumas formam piscinas naturais também, como na Praia do Amor.
Foto: Viagens e Caminhos
Maior variação de maré do mundo: Baía de Fundy
A maior variação de maré no mundo acontece nos Estados Unidos, na Baía de Fundy. As marés aqui chegam a variar 17 metros e recuam mais de 20 km, dependendo do dia. Isso acontece devido à forma, tamanho e profundidade da baía, além da força de atração da lua e do sol.
Foto: Bay of Fundy Tourism